sábado, 23 de outubro de 2010

Ciência e investigação

Elefantes-marinhos ajudam a analisar as mudanças climáticas nos oceanos

Animais recebem equipamento com antena que coleta dados sobre situação da água

Cientistas estão equipando elefantes-marinhos e planadores de água com equipamentos para monitorar e descobrir os segredos dos oceanos e entender os impactos das mudanças climáticas.
Os oceanos ajudam a regular o clima no mundo porque absorvem calor e o desviam ao redor do mundo. Também são úteis na absorção de enormes quantidades de C02 (dióxido de carbono), agindo como um freio no ritmo dos efeitos das variações no clima.
Os especialistas dizem que precisam de uma rede de vigilância global, com o Oceano Antártico desempenhando um papel fundamental por ser o principal dissipador das emissões humanas de carbono.
A oceanógrafa Susan Wijffels, líder do grupo para a Gestão Integrada do Sistema de Observação Marinha da Austrália (IMOS, na sigla em inglês) comentou o desfio desse tipo de estudo.
- Para compreender o ritmo das alterações climáticas, precisamos entender esses processos oceânicos, como e o quão rápido é possível isolar o calor e o carbono.
Outro objetivo é analisar os ciclos naturais do oceano que afetam a temperatura na terra para melhorar as previsões de longo prazo sobre o uso da água nas cidades.
Fazem parte do IMOS membros de universidades australianas e instituições de pesquisas, bem como cientistas dos Estados Unidos, Ásia e Europa.
Aumentos recentes nos financiamentos para o grupo permitiram equipar cerca de cem elefantes-marinhos com um pequeno aparelho com antena que coleta dados nas profundezas em torno da Antártida. O acessório mede a temperatura da água, salinidade e pressão assim que os animais mergulham para se alimentar.
As medições terão um reforço com planadores de aproximadamente 2 m de comprimento. Eles ficarão ao redor da Austrália e atingem uma profundidade de até 1.500 m.
Os planadores têm asas e leme e ficam no mar por vários meses, podendo ser controlados remotamente.
Uma das principais preocupações é a área de gelo marinho ao redor da Antártida, onde já existem dispositivos de medição chamados de Argos. Esses equipamentos não funcionam facilmente porque precisam de superfícies regulares no mar para enviar os dados coletados aos satélites.
Argos são cilindros que sobem à superfície e "mergulham" a uma profundidade de até 2 km. Novos modelos estão sendo construídos para superar essa barreira.
Cientistas dizem que a Groenlândia tem gelo suficiente para elevar o nível dos mares em 7 m se tudo for derretido. Quantidades crescentes de dióxido de carbono também estão tornando os oceanos mais ácidos, afetando a habilidade de algumas criaturas do mar e há temores de aumento na acidez da água, o que pode limitar a capacidade do oceano de absorver carbono

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