quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Austrália

As inundações na Austrália estão a causar danos “catastróficos” no estado de Queensland, admitiu a governadora local Anna Bligh, e agora as águas estão a ameaçar a Grande Barreira de Coral, devido aos detritos e pesticidas que desaguam no mar.

Os detritos e os pesticidas são um “cocktail” perigoso para o ecossistema da Grande Barreira de Coral, considerada património mundial pela Unesco, disse à AFP Michelle Devlin, da Universidade James Cook. Essas águas contaminadas que agora desaguam no mar poderão “perturbar a cadeia alimentar e a vida dos corais”.

Até terça-feira tinham sido afectadas pelas inundações cerca de 20 cidades, mas para esta quarta-feira está previsto o auge das cheias e esse número já duplicou para 40. Em St. George a população mobilizou-se para construir diques e tentar conter as águas e foi preciso evacuar um hospital local. “Todos se mobilizaram, cada um faz o que pode”, disse à AFP Barnaby Joyce, um dos residentes.

Em Rockhampton, com cerca de 75 mil habitantes, os serviços meteorológicos alertaram para a probabilidade de as águas do Rio Fitzroy se manterem muito acima do seu nível habitual durante mais de uma semana e alguns dos edifícios históricos da cidade foram protegidos com pilhas de sacos de areia. As águas do Fitzroy subiram aos 9,2 metros, mais de 1200 casas ficaram submersas.
Suzanne Miller, dona de um bar nesta cidade, fechou as portas para evitar a entradas de cobras venenosas trazidas pelas águas. “As cobras são um problema grave, já fechei tudo para não entrarem”, disse à AFP. Também Brad Carter, responsável pela autarquia local, disse ao "The Australian" que “As cobras não serão um risco se as pessoas se mantiverem fora das águas, mas se entrarem na água não estarão seguras”.



No estado de Nova Gales do Sul foram mobilizados o Exército e dois helicópteros para ajudar a população que ficou isolada. Os prejuízos para a economia australiana já ultrapassaram os mil milhões de dólares australianos (mais de 754 milhões de euros), depois de, em Queensland, 75 por cento das minas de carvão terem parado devido às inundações.

Em todo o estado de Queensland estão já a funcionar 17 centros onde foram instaladas temporariamente cerca de 4000 pessoas. “Temos um grande trabalho pela frente, recuperar de uma catástrofe como esta”, disse Anna Bligh. “Queensland é um estado muito grande. Depende do seu sistema de transportes, e em alguns casos esse sistema sofreu danos catastróficos”. As cheias já atingiram 200 mil pessoas e a área equivalente à França e à Alemanha.

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