quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Iceberg solto no Oceano





Um Iceberg solto no Oceano

Quando o processo de aquecimento torna-se perigoso? Esta pergunta é feita em muitas conferências internacionais. Em todas, uma resposta é infalível: a alteração das correntes oceânicas pode ser o elemento decisivo . Daí a importância da notícia de que um iceberg de 2,5 kilómetros quadrados se desprendeu da geleira Mertz.
O iceberg se desprendeu de uma enorme língua de gelo numa região onde as águas se adensam e mergulham mais fundo no oceano, antes de sua importante viagem.
Alteracões no fluxo das correntes oceânicas podem representar mudanças na temperatura da dos mares que têm um grande papel no equilíbrio climático.
Uma pequena ideia da influência da temperatura das águas são os fenômenos El Niño e La Niña, registrados na costa do Peru. Estamos vivendo nesse momento sob a presença de La Niña.
Sem nenhuma visao apocalíptica, acho que , ainda nesse princípio de século, vamos nos dar  conta da necessidade de preserver os oceanos e evitar consquências dramáticas no clima.

O papel dos oceanos absorvendo gás carbônico é pago com aumento da acidificação que ,por sua vez, traz consequências negativas à vida marinha,  corais sobretudo.
O Brasil tem tudo a ver com essa história. Sobretudo agora que se prepara para  explorar petróleo na região do pré-sal. No projeto que determina a exploração ,foram incluidos 3 %  de royalties para o meio ambiente
Como a decisão nacional é a de explorar o petróleo, resta-nos a tarefa de monitorar o gasto desse dinheiro. O artigo de Normal Gall, publicado no Estadão, revela as dificuldades de se montar a infraestrutura para o projeto. Isso me preocupa porque quando há pressa e nem sempre todo o dinheiro necessário, a segurança tende a ser relegada. Ou pelo menos tendia até o desastre com Deep Water Horizon.
O segundo fator que costuma ser relegado é o ambiental. A faixa de 800 quilômetros de extensão por 200 de largura,  área do pré-sal , é por onde circula a maioria das espécies em extinção nos mares brasileiros.
Isso para ficar na superfície. Nas profundezas, outro capítulo, porque nem todos os problemas são ainda conhecidos. A tendência dessa exploração é a de liberar mais CO2. Algumas companias, como a Petrobrás e Shell, estudam de  uma forma de reinjetar o CO2 no fundo, mas esse processo ainda está em sua fase de desenvolvimento. E terá de ser regulado um dia.
Mas o desastre da Deep Water mostrou como todos os que tentam regular estão atrasados em relação ao próprio desenvolvimento tecnólogico. A estrutura da Marinha americana estava menos preparada do que a empresa para resolver todos os problemas técnicos  e debelar o vazamento.

Oceano e petróleo,vamos discutir a relação?

 por:Fernando Gabeira

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