sábado, 9 de abril de 2011

Resgate dos destroços do Airbus A330

França escolhe navio para resgate inédito

O Escritório de Investigações e Análises (BEA) da Aviação Civil da França, responsável pela apuração das causas da tragédia com o voo AF 447 onde morreram  as 228 pessoas a bordo, escolheu o navio que fará o resgate dos destroços do Airbus A330 a 3 900 metros de profundidade no Oceano Atlântico. Trata-se do “Ile de Sein”, navio especializado na instalação e manutenção de cabos submarinos, do grupo francês Alcatel-Lucent Submarine Networks (ASN) cuja operação é feita por Louis Dreyfus Armateurs, grupo de armadores também francês.
O “Ile de Sein”, construído em 2002, tem 140 metros de comprimento. O barco estará equipado com veículos autônomos submersíveis da empresa americana Phoenix International, os ROV, sigla em inglês para Remotely Operated Vehicle. O resgate inédito em uma planície abissal onde a pressão submarina é altíssima – 390 atmosferas. Não há incidência da luz e a temperatura é de 1 graus Celsius. A missão está prevista para começar daqui um mês. Estima-se o custo entre 3 e 5 milhões de euros. Atualmente, o Ile de Sein está em operação nas Ilhas Canárias, 3 500 quilômetros do local do acidente com o Airbus 330 da Air France que fazia o trajeto Rio-Paris na madrugado do 1 de Junho de 2009.
O submersível autônomo poderá remover as peças pequenas por meio de braços que funcionam como pás para serem, em seguida, depositados em redes em forma de cestos e içados como na pesca de cardumes. As peças mais pesadas podem ser trazidas à superfície por cabos capazes de suportar até 100 toneladas. A prioridade da missão é resgatar as caixas pretas do A330. Elas contém os registros sonoros com a voz dos pilotos e mais de 700 parâmetros técnicos sobre o voo logo antes do momento da queda. As informações são capitais para se descobrir as causas do acidente ainda desconhecidas oficialmente.
Se já se apresentava complicada a remoção dos corpos das vítimas, conservados pela baixa temperatura, inação das bactérias de decomposição e alguns, presos nas poltronas pelos cintos de segurança, uma outra questão começa emergir. Algum parentes desejam que não se mexam nos corpos e outros, sim. Não há como identificar os corpos a 3 900 metros de profundidade para um resgate seletivo.

Por Antonio Ribeiro 
08/04/2011

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