quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mar Mediterrâneo

Mais de 40 espécies de peixe podem desaparecer do Mar Mediterrâneo nos próximos anos


O atum-rabilho, a garoupa e o robalo estão quase extintos no Mar Mediterrâneo. Fazem parte de uma lista com mais de 40 espécies de peixes que deverão desaparecer nos próximos anos por causa da sobre-pesca e poluição, alertou hoje a UICN.
Das 519 espécies e sub-espécies de peixes do Mediterrâneo, 43 espécies estão classificadas como ameaçadas (em perigo crítico, em perigo ou vulneráveis). Das 15 espécies mais ameaçadas, 14 são tubarões e raias.
Kent Carpenter, coordenador da avaliação das espécies marinhas na UICN (União Internacional para a Conservação), está especialmente preocupado com uma. “As populações do Mediterrâneo e Atlântico oriental do atum-rabilho (Thunnus thynnus) estão numa situação especialmente preocupante”, salientou. “Nos últimos 40 anos registámos um declínio de 50 por cento do potencial reprodutor daquela espécie, por causa da sobre-pesca intensiva”, acrescentou, em comunicado.
Carpenter criticou os pescadores que não cumprem as quotas pesqueiras e que não reportam o que capturam. “Isto pode deitar a perder os esforços de conservação para o atum-rabilho no Mediterrâneo”, alertou.
O uso de linhas de pesca, redes de arrasto e a utilização ilegal de redes de emalhar implica que “centenas de animais marinhos sem qualquer valor comercial – como golfinhos, tartarugas e aves marinhas - acabem por ser capturados”, lembra a UICN.
“O uso de redes de arrasto é um dos maiores problemas para a conservação e sustentabilidade de muitas espécies marinhas”, comentou Maria del Mar Otero, responsável pelo programa da UICN para o Mar Mediterrâneo. “Por que não é uma técnica selectiva, captura não apenas os peixes pretendidos mas também um grande número de outras espécies, enquanto destrói o fundo do mar onde muitas espécies vivem, se reproduzem e se alimentam”.
O estudo, o primeiro realizado pela UICN para um mar, defende o reforço da regulamentação pesqueira, a criação de novas reservas marinhas, a redução da poluição e a revisão das quotas de pesca, em especial para animais ameaçados de extinção.

Por: Helena Geraldes /Publico

Sem comentários:

Enviar um comentário