sábado, 12 de março de 2011

Tsunami

Terramoto mais violento de sempre atinge Japão

Um tsunami com ondas de dez metros de altura foi ontem desencadeado pelo mais poderoso terramoto de que há memória no Japão e terá matado mais de mil pessoas no Nordeste do país, levando as autoridades dos países da bacia do Pacífico a lançar alertas de tsunami.


Com 8,9 graus de intensidade na escala aberta de Richter, o sismo, o mais forte desde que o Japão começou a ter registos de sismos, há 140 anos, foi sentido às 14h46 da tarde (05h46 da madrugada em Lisboa). Foi sentido com especial virulência em Tóquio e no Nordeste do país, sendo seguido de numerosas réplicas. Ao fim do dia, manhã no Japão, uma réplica de 6,6 de intensidade levou as autoridades a alertar para risco de novo tsunami.
Aí, as cidades de Sendai e Kamaichi contam-se entre as que sofreram mais forte impacto da onda gigante, que atirou barcos contra cais e praias e arrastou tudo à sua passagem, alargando-se por mais de cinco quilómetros terra adentro.

Um comboio com 100 pessoas a bordo foi engolido e numa praia de Sendai a polícia afirma ter visto mais de 300 cadáveres. Ainda nessa cidade, "cerca de 140 pessoas, incluindo crianças, escaparam para o telhado de uma escola e estão isoladas, cercadas por água", referiu a televisão NHK. "Não conseguia ficar de pé e as réplicas não davam tempo de recuperarmos", contou uma mãe com o filho ao colo. Na vizinha prefeitura de Fukushima, pelo menos 1800 casas foram arrasadas pelo tsunami.

Em Tóquio, a rede de transportes foi paralisada, forçando milhares de pessoas a passar a noite nos locais de trabalho, e numerosos incêndios deflagraram pela cidade.
A dimensão dos estragos faz temer que o número de mortos atinja os milhares. 

PREOCUPAÇÃO COM FUGA RADIOACTIVA
O governo japonês decretou o estado de emergência nuclear e ordenou a evacuação de cerca de seis mil pessoas residentes na área da central nuclear de Fukushima-Daiichi, 240 quilómetros a norte de Tóquio. Segundo a agência Kyodo, o nível de radiação no reactor 1 da central era ontem mil vezes superior ao normal. Na generalidade das centrais japonesas, os sistemas de segurança funcionaram e desligaram os reactores, mas em Fukushima uma falha eléctrica paralisou o sistema de arrefecimento. O governo já tinha admitido uma pequena fuga radioactiva. De acordo com as autoridades, não foram detectadas fugas nas outras centrais nucleares das regiões afectadas pelo sismo.

ALERTADOS UM MINUTO ANTES
Milhões de japoneses foram alertados sobre o terramoto cerca de um minuto antes, graças ao sofisticado sistema de detecção sismológica, alimentado por uma rede de 1000 sismógrafos no país. O sistema é capaz de detectar e analisar as primeiras ondas dos terramotos, difundindo um alerta em tempo real. O alarme foi divulgado via rádio, telemóvel e e-mail para as pessoas registadas no sistema. Em Tóquio, o primeiro choque foi sentido cerca de um minuto depois do alerta. 
Por:F. J. Gonçalves com agências





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