Criar um vasto santuário no Atlântico Sul onde as baleias possam viver sem medo de arpões, mesmo se a moratória à sua caça for levantada, é o objectivo dos países sul-americanos. Está a decorrer em Jersey a reunião anual da Comissão Baleeira Internacional.
“A lógica de um santuário é reforçar a moratória. Se um dia for levantada, teremos vastas regiões dos oceanos fechadas à caça comercial”, explica Vincent Ridoux, membro do comité científico da Comissão Baleeira Internacional (CBI).
Durante a reunião anual da comissão, até amanhã em Jersey, o Brasil e a Argentina apresentaram um projecto para criar um santuário para o Atlântico Sul, que se iria juntar aos dois grandes santuários já existentes: no oceano Índico (desde 1979) e no oceano Austral (1994).
Porém, o projecto não tem grandes hipóteses de ser adoptado este ano porque “faz parte das iniciativas a que o Japão se opõe, sistematicamente”, salienta Ridoux, membro da delegação francesa em Jersey.
Todos os anos, o Japão continua a caçar baleias no santuário do oceano Austral, alegando fins científicos. Para a próxima época, ainda não se sabia se Tóquio iria manter a caça por falta de dinheiro e pelos protestos ambientalistas. Mas hoje, a BBC noticia que o Japão vai mesmo continuar a caçar nas águas da Antárctida. Na reunião da CBI, Joji Morishita, da delegação japonesa, anunciou que o plano é voltar ao oceano austral. “Estamos agora a debater como vamos enviar de volta a nossa frota para o oceano austral”, disse Morishita, da Agência de Pescas japonesa.
A organização ambientalista Sea Shepherd também já garantiu que vai voltar à Antárctida, para dificultar a vida à frota do Japão.
Willie McKenzie, activista britânico da Greenpeace, considera que a criação de um novo santuário no Atlântico Sul – cujos limites iriam do Equador à fronteira do oceano Austral – permitiria proteger mais eficazmente as baleias nas suas migrações de milhares de quilómetros.
“A baleia de bossa, por exemplo, passa a época de reprodução nas águas quentes e depois passa a época de alimentação nas águas frias, o que significa que o santuário do oceano Austral não chega para esta espécie”, explicou. “Ao criar um santuário maior, estaremos a proteger todo o ciclo de vida da baleia.”
Um santuário no Atlântico Sul iria beneficiar, pelo menos, sete espécies, entre elas a baleia azul e a baleia de bossa, segundo o biólogo costa-riquenho Javier Rodriguez, fundador da Fundação Promar.
Além da conservação das baleias, “o objectivo dos países sul-americanos, apoiados pela África do Sul, é desenvolver uma actividade turística junto de uma população de baleias saudável”, através do whalewatching, lembra Vincent Ridoux.
Por: AFP:Publico
“A lógica de um santuário é reforçar a moratória. Se um dia for levantada, teremos vastas regiões dos oceanos fechadas à caça comercial”, explica Vincent Ridoux, membro do comité científico da Comissão Baleeira Internacional (CBI).
Durante a reunião anual da comissão, até amanhã em Jersey, o Brasil e a Argentina apresentaram um projecto para criar um santuário para o Atlântico Sul, que se iria juntar aos dois grandes santuários já existentes: no oceano Índico (desde 1979) e no oceano Austral (1994).
Porém, o projecto não tem grandes hipóteses de ser adoptado este ano porque “faz parte das iniciativas a que o Japão se opõe, sistematicamente”, salienta Ridoux, membro da delegação francesa em Jersey.
Todos os anos, o Japão continua a caçar baleias no santuário do oceano Austral, alegando fins científicos. Para a próxima época, ainda não se sabia se Tóquio iria manter a caça por falta de dinheiro e pelos protestos ambientalistas. Mas hoje, a BBC noticia que o Japão vai mesmo continuar a caçar nas águas da Antárctida. Na reunião da CBI, Joji Morishita, da delegação japonesa, anunciou que o plano é voltar ao oceano austral. “Estamos agora a debater como vamos enviar de volta a nossa frota para o oceano austral”, disse Morishita, da Agência de Pescas japonesa.
A organização ambientalista Sea Shepherd também já garantiu que vai voltar à Antárctida, para dificultar a vida à frota do Japão.
Willie McKenzie, activista britânico da Greenpeace, considera que a criação de um novo santuário no Atlântico Sul – cujos limites iriam do Equador à fronteira do oceano Austral – permitiria proteger mais eficazmente as baleias nas suas migrações de milhares de quilómetros.
“A baleia de bossa, por exemplo, passa a época de reprodução nas águas quentes e depois passa a época de alimentação nas águas frias, o que significa que o santuário do oceano Austral não chega para esta espécie”, explicou. “Ao criar um santuário maior, estaremos a proteger todo o ciclo de vida da baleia.”
Um santuário no Atlântico Sul iria beneficiar, pelo menos, sete espécies, entre elas a baleia azul e a baleia de bossa, segundo o biólogo costa-riquenho Javier Rodriguez, fundador da Fundação Promar.
Além da conservação das baleias, “o objectivo dos países sul-americanos, apoiados pela África do Sul, é desenvolver uma actividade turística junto de uma população de baleias saudável”, através do whalewatching, lembra Vincent Ridoux.
Por: AFP:Publico
Sem comentários:
Enviar um comentário