Grândola vai iniciar um ciclo de pesquisas arqueológicas debaixo de água, para descobrir os destroços de navios afundados na zona. O Projeto Grândola Subaquática nasce de uma parceria entre a autarquia e a Universidade Nova de Lisboa que deve ser assinada na próxima terça-feira, dia 4 de outubro.
Foi no dia 7 de dezembro de 1589 que a nau espanhola Nuestra Señora del Rosario naufragou algures entre Tróia e a Comporta. Levava a bordo 22,7 toneladas de ouro e prata, que nunca foram encontradas. É esse um dos objetivos deste projeto arqueológico, mas não é o único.
A exploração pretende "localizar, posicionar, avaliar e caracterizar todo o património cultural subaquático jazente até aos 40 metros de profundidade, nas águas compreendidas entre a Vala Real, no estuário do Sado e a praia de Melides, bem como caracterizar a evolução histórica da paisagem flúvio-marítima do concelho de Grândola", informa a CM de Grândola.
Devido ao total desconhecimento que existe sobre os navios afundados na região durante a época romana, e mesmo sobre épocas posteriores este projeto ganha um relevo ainda maior.
"Deduz-se que as águas do concelho poderão ocultar vestígios de embarcações Pré-Clássicas, Clássicas e medievais islâmicas e cristãs", refere o comunicado. Isto significa que esta poderá vir a ser uma oportunidade única a nível mundial para estudar este tipo de navios na fachada atlântica.
Os trabalhos de exploração são também um instrumento chave na valorização da Carta Arqueológica Subaquática nacional e inserem-se no Plano Estratégico de Salvaguarda e Valorização do Património Cultural do Concelho, explica a autarquia em comunicado.
Universidade Nova vai criar cadeira que apoiará o projeto
A investigação subaquática encontra-se devidamente autorizada pelo Instituto de Gestão de Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) e nos parâmetros da Convenção da UNESCO sobre a Proteção do Património Cultural Subaquático.
Caso o galeão espanhol seja descoberto, esta será a primeira embarcação com tesouros a ser intervencionada cientificamente por arqueólogos habilitados, já que, segundo informa a autarquia, a regra, quando se trata de navios com tesouros, é que estes são rapidamente destruídos para que o caçador de tesouros chegue mais rápido onde quer: ao ouro e à prata.
No próximo ano será criada uma cadeira específica na licenciatura da UN Lisboa, onde será feita uma prospeção geofísica sob a qual assentará o projeto.
Por:BoasNotícias
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